Nefrosaúdes Itinerante

Nefrosaúdes Itinerante: ações de extensão em usuários de serviços de hemodiálise do Espírito Santo.

Descrição: O avanço da ocorrência da Doença Renal Crônica (DRC) representa um importante problema de saúde pública (ISOYAMA et al., 2014). O Inquérito Brasileiro de Diálise estimou um total de 112.004 pacientes em diálise no ano de 2014, sendo que destes, 91% estavam em hemodiálise (HD). Estes dados apontam um crescimento de 20 mil pacientes dialíticos nos últimos quatro anos (SESSO et al., 2016). A mortalidade e a qualidade de vida dos pacientes com DRC estão intimamente relacionadas com o estado nutricional, sendo comum a estes pacientes a presença de alterações orgânicas, com complicações agudas, crônicas e nutricionais (ARAÚJO et al., 2006). A desnutrição, observada em 18 a 75% dos pacientes com DRC (KALANTAR-ZADEH et al., 2003; FOUQUE et al., 2008), representa um risco para estes pacientes, pois é retratada como o principal fator de risco para morbimortalidade, decréscimo da qualidade de vida (MAZAIRAC et al., 2011), internações hospitalares (OZKAYAR et al., 2014), além de custos onerosos à saúde pública (SILVA et al., 2016). Em estudo realizado por Menezes (2015), foi observado que no Brasil há um aumento no número de pessoas que realizam hemodiálise, havendo uma previsão de elevação de 24,8% entre os anos de 2012 e 2017. A evolução da doença pode acarretar ainda a ocorrência de diversas complicações, como a anemia, doença óssea metabólica e a acidose metabólica (MENEZES et al., 2015). Com esta evolução, ocorre também uma piora no estado nutricional do paciente com DRC, levando a um impacto negativo sobre a energia e a vitalidade do mesmo, comprometendo, assim, sua qualidade de vida, sua condição de saúde, relações sociais e até mesmo o modo como o usuário lida com a DRC (BRAGA, 2009). Avaliar periodicamente o estado nutricional destes pacientes torna-se de fundamental importância a fim de detectar precocemente alterações do estado nutricional, suas causas e seu impacto na vida social e afetiva do usuário, contribuindo para uma rápida intervenção e permitindo evitar ou minimizar suas complicações (SEGALL et al., 2009). Haja vista que não existe um único método de avaliação nutricional ideal para identificar as complicações do estado nutricional, recomenda-se a utilização de métodos múltiplos, incluindo dados clínicos, antropométricos, bioquímicos e quantificação do consumo alimentar (SEGALL et al., 2009; KAYA et al., 2016). As restrições alimentares que o paciente em hemodiálise sofre são decorrentes tanto das particularidades da doença e do tratamento hemodialítico, que possui dietoterapia específica, quanto às diversas comorbidades, depressão e sedentarismo, muitas vezes presentes nestes pacientes. Isto está relacionado com a piora da qualidade de vida, influenciando na sua condição de saúde (MARTINS et al., 2005). Além disto, o cenário de restrições dietéticas, o estado inflamatório presente, a inadequação da diálise e/ou fatores socioeconômicos desfavoráveis, predispõe o indivíduo à desnutrição energético-proteica (STARK et al., 2011), apresentando um maior risco relativo de morte (SANTORO et al., 2015). Mediante o exposto, observa-se que o aspecto multifatorial da DRC em pacientes em HD influencia tanto no estado nutricional quanto na qualidade de vida destes usuários. Portanto, mostra-se a relevância de projetos de extensão que avaliem as condições de saúde e realizem intervenção nesses usuários, favorecendo o desenvolvimento de estratégias terapêuticas, sobretudo para pacientes em risco nutricional, e proporcionando a realização de intervenções mais eficazes, a fim de reduzir complicações, morbimortalidade, internações e custos, além de serem importantes para que o sistema de saúde, a sociedade, a família e o próprio indivíduo, possam lidar com as dificuldades comuns que surgem com o avançar do tempo de tratamento.. 

Responsável: Profª. Dra. Luciane Bresciani Salaroli

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